Sustentabilidade X Eficiência dos Processos Florestais

Como a gestão dos desperdícios afetam a pegada de carbono

Por: Fátima Gonçalves, Maurício Tolfo e Moisés Rabelo

A preocupação com o Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Governança Corporativa está na lista de grande parte das organizações no mundo. Temas como, realizar uma boa gestão de resíduos, diminuição da emissão de carbono e demais gases, economia de água e ações que se relacionam e impactam a comunidade local tem sido discutidos com frequência.

Um tema bastante debatido e que têm sido cada vez mais frequente nos estudos e artigos na mídia é a pegada de carbono e sua compensação através do melhor controle do estoque presente em vegetações nativas (protegidas ou não por lei), ou utilização do saldo positivo de empresas, como por exemplo as empresas florestais e suas florestas plantadas.

Mas é possível reduzir a pegada de carbono com processos ineficientes e sem o controle preciso dos desperdícios? A indústria florestal se faz esta mesma pergunta?

O segmento florestal tem evoluído muito nos últimos anos, um exemplo disso são os processos silviculturais com uso de novas tecnologias de precisão, gestão de desperdícios, controle de vazão, mapeamento eficiente do uso do solo e a utilização do conceito de taxa variável nas atividades. Utilizando-se hoje, por exemplo, da correção de sinais de GNSS, é possível aumentar a precisão das atividades de subsolagem, plantio, fertilização, entre outras, tornando as atividades florestais cada vez mais eficientes, sustentáveis e de fácil administração. Diversos são os benefícios destas novas tecnologias, como por exemplo, ganho de área, redução de custos com mão-de-obra, controle no uso de água, economia de insumos, aumento de produtividade e controle e gestão mais rápidos eficientes.

Um outro ponto importante é o controle eficiente de eventos não planejados como anomalias climáticas, pragas, doenças, incêndios, ocorridos durante a fase de crescimento da floresta. A precisão desse controle tem um impacto muito grande na produtividade e qualidade final da madeira e obviamente será determinante para as próximas ações e novas adaptações de processos.

O registro consistente ao longo dos anos sobre todas as operações realizadas e ocorrências no ciclo de vida da floresta, permite planejar ações efetivas de aumento de produtividade, com base em uma série de dados históricos comparando a qualidade e quantidade da produção obtida em cada fase ou ciclo da floresta. Isso só é possível quando o histórico de tudo o que aconteceu durante o crescimento está fácil e rapidamente disponível para análises comparativas. Estas análises estendem-se para além do processo de produção florestal e, com o uso da ferramenta adequada, podem ser utilizadas também no processo fabril, onde todos os eventos que impactam na qualidade da madeira produzida podem ser utilizados na análise e otimização da produção dos seus derivados.

Através das análises comparando as diferenças de produtividade e avaliando as diferenças de manejo é possível avaliar tendências de melhores práticas e implementar processos de melhoria contínua, além de identificar a causa raiz de problemas. Estudos (https://conectaragro.com.br/) indicam que a digitalização dos processos pode trazer ganhos entre 3 e 15%.

Outros ganhos de produtividade na casa dos 3 a 18% estão relacionados ao monitoramento climático em tempo real, permitindo assertividade no uso dos recursos, redução de desperdício, e melhor apoio ao planejamento operacional.

A administração das séries históricas, permite análise preditiva e geração de dados auditáveis que se refletirão na Gestão de Redução de emissões de CO2 entre 3 e 15%.  Mas o controle não para por aí, as florestas capturam toneladas de CO2, todos os anos, mas para se beneficiar disso, as empresas precisam identificar os volumes capturados de cada área (inclusive áreas de terceiros), avaliar o impacto nos volumes liberados em ocorrências negativas, para dar transparência e credibilidade aos dados.

Podemos dizer então que o caminho para a sustentabilidade requer muito cuidado com as informações, processos e uso de ferramentas adequadas de administração de dados para que o negócio ESG decole e se sustente ao longo do tempo.

 

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