Por que os dados são um driver chave para a sustentabilidade

Em todo o mundo, mais e mais empresas estão levando a sério as mudanças climáticas e a sustentabilidade. Como resultado, muitas delas estabeleceram iniciativas para diminuir seu impacto no meio ambiente. Duas das maiores tomadas de ação incluem a definição de novas metas ambientais, sociais e de governança (ESG) e a inscrição na iniciativa Science Based Targets (SBTi).

Esses são os primeiros passos para reduzir as emissões, ajudando as empresas a medir o quanto emitem e estabelecer metas de quanto devem reduzir suas emissões em um, cinco ou dez anos. No entanto, eles são menos úteis para mostrar às empresas como podem ou devem reduzir suas emissões sem afetar negativamente sua produção ou lucros.

Cada vez mais, investidores e defensores da causa ambiental querem ver não apenas a contabilidade de emissões e metas, mas estratégias e atividades reais e tangíveis que reduzam as emissões, o que requer dados e expertise. Os dados permitem que as empresas não só vejam o que estão produzindo, quando e por quanto, mas otimizem o que, quando e como algo é produzido tendo a sustentabilidade como um norte.

Isso pode incluir desde permitir que os projetistas estruturais vejam quais materiais de construção possuem menor impacto em carbono durante a fase de projeto, até a otimização das capacidades e rotas dos caminhões para que menos combustível seja usado para transportar mercadorias. Em escala, isso pode ter um enorme impacto ambiental e é fundamental para permitir a implementação de mudanças sustentáveis imediatas, usando dados provavelmente já existentes.

O caso de sustentabilidade para dados

Independentemente do tipo ou tamanho da empresa, seus dados provavelmente são uma parte fundamental de como suas operações são gerenciadas. Não é necessário ser particularmente experiente em tecnologia para consultar dados que auxiliam no gerenciamento de coisas como cobrança e faturamento, medir a produção de produtos ou coordenar a logística de transporte.

Embora a maioria das empresas tenha esses dados, eles não são agregados de uma forma que seja utilizável para atingir metas de ESG ou reduzir as emissões, já que muitas vezes não estão conectados com toda a organização, não são atualizados em tempo real ou não fornecem insights acionáveis. Em vez disso, estão armazenados em sistemas diferentes, que não se conversam, tornando-os utilizáveis apenas para um subconjunto de pessoas ou para uma certa divisão.

Felizmente, isso vem mudando, conforme as empresas passam a conectar dados de diferentes sistemas de software, além de seus ativos físicos (como tratores, caminhões ou outras máquinas) com dados de seus softwares, para que possam ser efetivamente agregados e otimizados, tornando-os acessíveis, compreensíveis e acionáveis.

Por exemplo, quando os dados estão conectados, as informações da operação de uma escavadeira, como quanto tempo o operador levou para a execução, o equipamento e a quantidade de terra que foi movida como resultado, podem ser agregadas e compartilhadas com o CFO da empresa, que pode ver como todas as escavadeiras foram usadas em todos os canteiros de obras da empresa naquele dia, semana, mês ou ano, fornecendo insights sobre a produtividade do equipamento e os lucros gerados.

Mas agora, em vez de apenas agregar e analisar dados em prol da produtividade e dos controles de custos — algo que muitas empresas já fazem —, esse processo pode ser otimizado tendo a sustentabilidade em mente, uma vez que produzir fluxos de trabalho mais eficientes pode se traduzir em menos emissões, seja por meio de melhor gestão da cadeia de suprimentos, menos equipamentos em inatividade e redução do consumo de combustível, ou práticas agrícolas e florestais mais precisas, só para citar alguns exemplos.

Dados sustentáveis em ação

A otimização dos dados é ainda mais necessária dada a complexidade das operações industriais atuais, desde a fazenda moderna, que tenta maximizar a produção sem gerar impacto na integridade do solo, até o complicado canteiro de obras, que tem uma matriz quase interminável de peças móveis e processos. Os dados são o segmento que conecta tudo, fornecendo as ligações e insights necessários para dar sentido aos mesmos, fazendo com que, dessa forma, eles possam ser analisados, compreendidos e otimizados.

Por exemplo, os dados têm sido o principal driver para que a P.X. Farms, com base no Reino Unido, colha mais alimentos usando menos combustível e fertilizante e minimizando os danos à terra. A empresa utiliza a Controlled Traffic Farming (CTF), uma abordagem agrícola que envolve o uso das mesmas faixas de veículos de forma consistente em todas as máquinas. O sistema é amparado por soluções de hardware e software que conectam os especialistas da fazenda, fornecendo em tempo real as ferramentas para tornar a fazenda mais rentável e sustentável.

Isso inclui o uso de software que pode integrar e simplificar fluxos de dados diferentes em um sistema principal, permitindo que as operações sejam gerenciadas com apenas alguns cliques. O software também fornece ferramentas para capturar e integrar dados operacionais vitais e analisá-los para a obtenção de maior valor por hectare.

Para maximizar o rendimento e reduzir o custo do combustível, cada campo é mapeado com tecnologia de levantamento e máquinas conectadas a recursos de orientação e mapeamento que ajudam a garantir a colocação exata da roda, permitindo que a Farms P.X. opere o equipamento dentro de uma tolerância de dois centímetros. Brocas de precisão e pulverizadores também visam a quantidade certa do produto para o lugar certo no campo, permitindo melhoria na precisão de distribuição, aproveitando ao máximo o fertilizante como um insumo crítico da cultura.

Como resultado da implantação do CTF, a P.X. Farms reduziu a compactação do solo e os danos à terra em 73%, os custos de combustível em 13% e as despesas com insumos em 6%. Esses números são uma prova não apenas dos benefícios de produtividade e custo que vêm com a conexão de dados entre sistemas de hardware e software, mas das melhorias de sustentabilidade que vêm de um solo melhor e do uso de menos combustível e fertilizante — o que, em última análise, significa menos emissões de gases de efeito estufa.

Dietmar Grimm é Vice-Presidente de soluções de estratégia corporativa e sustentabilidade da Trimble, empresa global de tecnologia que fornece soluções integradas de hardware e software a indústrias como agricultura, florestal, automotiva, construção, geoespacial e transporte.

 

Artigo publicado originalmente em:  https://venturebeat-com.cdn.ampproject.org/c/s/venturebeat.com/data-infrastructure/why-data-is-a-key-driver-for-sustainability/amp/?fbclid=IwAR3d-lN7Cn7dgvPURUgFh1G0xbYxv0tYUsPWvx_aLg6qXWfVQpAV1DQ5ass

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